Uso de águas subterrâneas na indústria é legal e reduz custo

As águas subterrâneas são de extrema importância para garantir disponibilidade hídrica e conta com grande vantagem por proporcionar redução de custo. Há 62,7 vezes mais água subterrânea do que toda a água superficial do Planeta.

No Brasil, existem 2,5 milhões de poços tubulares e 3,5 milhões de poços escavados/nascentes, onde se extraem mais de 18 bilhões metros cúbicos anual (m³/ano) de água, segundo o geólogo José Paulo Godoi Martins Netto, que é presidente da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS).

UTILIZAÇÃO EM LARGA ESCALA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PELA AGRICULTURA

Estudos mostram que quem mais faz uso de água subterrânea é a agricultura (30%), pois os volumes utilizados são enormes na irrigação por aspersão, além disso, há grandes perdas por este sistema. O abastecimento industrial com água subterrânea chega a 10%.

MAS O QUE DEVE SER FEITO PARA UTILIZAR A ÁGUA SUBTERRÂNEA?

Avaliação hidrogeológica e análise econômica para analisar a viabilidade, solicitar licença para perfuração do poço ou outorga de uso, perfurar, efetuar tratamento, cloração e fazer o controle de qualidade potável.

Ao fim da apresentação, em prol não só da preservação dos recursos naturais, mas também em benefício da população, ele recomendou a utilização dos diversos tipos de opções: abastecimento público, água de chuva, cisternas, reuso de água, dessalinização, focando mais no uso de água subterrânea e no controle de perdas.

Engenheiros desenvolvem nova técnica de dessalinização de água

Uma nova técnica de dessalinização de água que consegue lidar com salmouras com altíssimo grau de salinidade foi desenvolvida por engenheiros da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos. Utilizando uma mistura com 292.500 partes por milhão de sólidos dissolvidos, a equipe por trás do projeto foi capaz de precipitar mais de 90% do sal na solução original.

Batizada de “extração por solvente com temperatura oscilante”, a metodologia se difere de procedimentos convencionais por ser baseada em absorção de água por meio de solvente, sem mudança de fase evaporativa ou uso de membranas. Além disso, proporciona uma economia de energia de até 75% em comparação com a evaporação térmica.

O professor responsável pela novidade, explicou o motivo que o leva a crer que a tecnologia transformará a indústria global da água: “A descarga de líquido zero é a última fronteira da dessalinização. Evaporar e condensar a água é a prática atual desta técnica, mas consome muita energia e é proibitivamente caro. Conseguimos alcançá-la sem ferver a água – e este é um grande avanço para dessalinizar as salmouras de salinidade ultra-alta.”

Avanço tecnológico

Tudo se inicia com a mistura de um solvente de baixa polaridade com a salmoura de alta salinidade. Em baixas temperaturas, o componente extrai a água, mas não os sais, presentes na forma de íons – sendo que a equipe realizou testes a 5 °C. A partir do controle da proporção entre substância e

líquido, é possível extrair toda a água – que, depois de “sugada”, permite que cristais sólidos resultantes dos sais sejam peneirados, uma vez que se depositam no fundo do recipiente.

Após a separação, basta aquecer o solvente a 70 °C. Assim, a solubilidade do composto “cai” e a água pode ser retirada, como se o solvente fosse uma esponja, podendo ser reutilizado. “Com o solvente certo e as condições de temperatura adequadas, podemos fornecer opções de gerenciamento de concentrado econômicas e ambientalmente sustentáveis para instalações de dessalinização do interior, utilizando água subterrânea salobra para aliviar o estresse hídrico atual e futuro”, comemora Ngai.

Por fim, além das vantagens já apresentadas, a técnica permite dessalinizar águas salgadas fora do litoral, assim como reciclar água de retorno (fraturamento hidráulico), produzida durante a extração de petróleo e gás, e resultante de fluxos de resíduos de usinas elétricas movidas a vapor, descargas de instalações de carvão e aterros sanitários.

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