A poluição dos rios do mundo por remédios e outros produtos farmacêuticos representa uma “ameaça à saúde ambiental e global”, segundo um novo estudo.
A pesquisa está entre as mais extensas realizadas em escala global.
Rios do Paquistão, Bolívia e Etiópia estavam entre os mais poluídos. Os rios da Islândia, da Noruega e da floresta amazônica se saíram melhor.
O impacto de muitos dos produtos farmacêuticos mais comuns nos rios ainda é desconhecido. Mas já se sabe que anticoncepcionais podem afetar o desenvolvimento e a reprodução dos peixes. Cientistas temem que o aumento da presença de antibióticos nos rios possa limitar sua eficácia como medicamentos.
O estudo coletou amostras de água de mais de mil locais em mais de 100 países. Mais de um quarto dos 258 rios amostrados tinham o que é conhecido como “ingredientes farmacêuticos ativos” presentes em um nível considerado inseguro para organismos aquáticos.
Os dois medicamentos mais frequentemente detectados foram a carbamazepina, usada para tratar a epilepsia e dores nos nervos, e a metformina, usada para tratar diabetes.
Também foram encontradas altas concentrações de compostos ligados a estilo de vida, como cafeína (café), nicotina (cigarros) e paracetamol.
Na África, a artemisinina, que é usada contra malária, também foi encontrada em altas concentrações.
O estudo diz que o aumento da presença de antibióticos nos rios também pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes, prejudicando a eficácia dos medicamentos e, em última análise, representando “uma ameaça global ao meio ambiente e à saúde global”.
Os locais mais poluídos estavam em grande parte em países de baixa e média renda e em áreas onde havia despejo de esgoto, má gestão de águas e fabricação de produtos farmacêuticos.
Isso significa dificultar a obtenção de medicamentos como antibióticos e restrições mais rígidas nas doses.
Confira o estudo completo clicando aqui!.
Fonte: BBC News Brasil